Eu só fui entender o que é racismo estrutural quando coloquei verdadeiramente o meu olhar para este tema.
Cresci em um ambiente branco e privilegiado - escola particular, faculdade de elite e amigos brancos. O racismo nunca foi uma pauta para mim e para a minha família. Nunca foi um tema debatido na minha casa ou nos meus círculos sociais.
Precisei de um esforço para entender a necessidade urgente de me colocar enquanto agente dentro da luta antirracista. Porque é fato que, para ser antirracista, não basta dizer que é a favor da luta contra o fim do racismo. É preciso colaborar para que haja mudança.
Quando assumo este privilégio de nunca ter pensado sobre o tema e olho para a minha trajetória, fica ainda mais evidente a percepção do racismo enquanto estrutura e o quanto eu estava distante deste debate.
Foi neste momento em que descobri a minha branquitude.
Entrei em grupos de estudos, passei a ler e buscar referências no tema e, principalmente, ouvir e estar mais próxima para aprender com pessoas negras. Enquanto para mim desconstruir tudo isso era - e tem sido - algo novo, para negras e negros nunca foi uma opção, e sim uma necessidade. De sobrevivência.
E quanto mais aprofundo, mais percebo como é estrutural. Olhar no espelho, observar os privilégios e ver o resultado de séculos de gerações reproduzindo e reforçando práticas e atitudes racistas também não é um processo fácil.
E este não é um processo só meu. No meu mandato também temos este propósito: como colocar a luta antirracista enquanto tema transversal em todas as nossas ações para o estado de São Paulo? Como pensar no meio ambiente, nas crianças e na pauta de segurança pública a partir de uma perspectiva antirracista? Como contribuir com este processo e fazer a diferença?
Todas as mudanças devem ser construídas a partir de ações.
Porque como diz o Manifesto da Coalizão Negra por Direitos, “a prática é o critério da verdade”.
Te convido a fazer parte desta jornada conosco!
Com base nessas reflexões o nosso mandato tem produzido, a várias mãos, a página “Espelho, espelho meu”, com o objetivo de te ajudar a também refletir sobre a sua experiência e construir uma trajetória na luta contra o racismo estrutural em nossa sociedade.
Se inscreva e receba em primeira mão o conteúdo que será lançado no dia 05 de agosto. E deixe suas sugestões de conteúdo para colocarmos no site! https://www.espelhomeu.marinahelou.com.br/
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