Em nosso país, observamos uma cultura de interesse no destino dos resíduos sólidos, residindo a maior preocupação na necessidade de um serviço de recolhimento. Uma vez recolhidos pelo serviço público de coleta, para muitas pessoas o problema já está resolvido. Este entendimento tem como consequência a falta de interesse em fazer uma redução significativa na geração de lixo, como base para uma transição para a sustentabilidade.

Contudo, há de se considerar que, além da redução na produção e no consumo, como forma de diminuir a pressão antrópica sobre o planeta, a coleta seletiva tem se mostrado um método de otimização adequado para a destinação do lixo, sobremaneira de recicláveis.

Com ele, todo e qualquer lixo que pode ser reutilizado é encaminhado para o processo de reciclagem. Portanto, para que a população possa auxiliar nesse processo, as lixeiras de coleta seletiva são instaladas em vários locais, como praças, shoppings, feiras, a fim de coletar lixo e resíduos de diferentes materiais.

A coleta seletiva estabelece que todos os rejeitos sejam classificados em úmidos, secos, recicláveis e orgânicos. E dentro dessas categorias, há as subcategorias. Os recicláveis, por exemplo, estendem-se ao alumínio, o papel, o papelão e alguns tipos classificados de plástico e entre outros.

Quando esses produtos recicláveis são coletados e chegam até às cooperativas, eles são separados para serem reaproveitados. O que não é reaproveitado é considerado rejeito e é encaminhado para os aterros sanitários.

Enfocando o caso de Vinhedo, por meio do Requerimento de Informação nº 34/2022, constatou-se que, das 34 Unidades Educacionais da Rede Municipal, 21 ainda não possuem lixeiras para coleta seletiva. A justificativa escrita pela Secretaria de Educação aponta que muitas Unidades encontram-se nessa situação porque, até o ano de 2021, não havia projeto geral de coleta seletiva e Educação Ambiental baseada na reciclagem para a Rede Municipal.

Diante dessa conjuntura, a primeira destinação para a emenda, se aprovada, será para a aquisição de conjuntos de lixeiras para coleta seletiva. Ainda que algumas escolas já possuam lixeiras para coleta seletiva, a compra deverá ser feita para todas, a fim de padronizá-las.

A segunda fase do projeto consistirá na educação ambiental para a boa utilização desses materiais, de maneira a contemplar todos os alunos da Rede Municipal de Ensino com oficinas e palestras didáticas e especializadas para o referido público.

Ainda, cabe ressaltar que, muitas vezes, por falta de conhecimento no assunto, os recicláveis são descartados incorretamente. Isso ocorre, também, por parte de educadoras e educadores, uma vez que repetidamente a reciclagem é comumente traduzida como a simples reutilização de uma garrafa PET, por exemplo, para a confecção de um carrinho de brinquedo, ou de um boneco improvisado. Contudo, uma vez modificada, a garrafa perde o valor que teria para uma cooperativa de reciclagem e, enquanto brinquedo, tem sua durabilidade limitada, pois logo se tornará uma bugiganga a caminho do lixo comum.

Portanto, para evitar que as crianças se tornem trashmakers, espera-se que, com este recurso, educadoras e educadores consigam abordar o tema com transversalidade, a fim de compreender como se dá o ciclo dos elementos, da extração da natureza à cooperativa de reciclagem, bem como ensinar às crianças e aos jovens de nossa cidade a importância da produção e do consumo responsáveis, estes sim, fatores indispensáveis para combater a depleção de recursos naturais, a poluição dos oceanos, a perda da biodiversidade e a mudança global do clima.