O projeto Renascentes está organizado em etapas:
1) Recuperar as matas ciliares dentro da Terra Indígena Araribá, através do plantio de mudas nativas. Estimamos recursos para compra de mudas, maquinário, combustível, ferramentas e também para implementação de um viveiro de mudas.
2) Consolidar um programa de reprodução de sementes tradicionais indígenas, uma vez que os indígenas já estão cultivando algumas espécies de milho e feijão nativos (não transgênicos). O objetivo é criar um banco de sementes, a fim de evitar a perda do patrimônio genético e cultural e fazer com que esses cultivos tenham um papel cada vez mais relevante na alimentação dessas populações. Estimamos recurso para compra de sementes de comunidades Guarani do Mato Grosso do Sul (que são um exemplo na manutenção do banco de sementes e que hoje viabilizaram sua comercialização), estrutura de plantio e de propagação de sementes, maquinário e irrigação.
3) Fomentar os chamados Sistemas Agroflorestais (SAFs), que visam a produção de alimentos aliada à recuperação ambiental e são baseados nos conceitos da agricultura sintrópica e da permacultura. Estimamos recurso para darmos continuidade às rodas de conversa e oficinas de formação que já fizemos com três das aldeias da TI.
4) Implementar mais modelos dos chamados quintais agroflorestais, já temos um em funcionamento e prevemos recurso para outros, contando com plantio, cercado, estrutura de irrigação etc.

Essas ações são uma forma eficaz de garantir a autonomia alimentar das populações das aldeias, com abundância, qualidade e biodiversidade dos cultivos e das matas ciliares. Os indígenas já vem trabalhando com práticas que não agridem a natureza e reconhecem seu potencial em gerar impactos ambientais positivos em todo entorno, para que o solo, o clima e as fontes de água potável se mantenham saudáveis e disponíveis, em especial no que tange aos rios Batalha e Araribá.
Como benefício secundário, podemos citar o restabelecimento dos vínculos dos jovens com a sua comunidade, no que se refere a todo seu patrimônio cultural (sua língua, seus conhecimentos e costumes tradicionais). No mesmo sentido, acreditamos que o projeto reforça o importante papel das mulheres na produção agrícola, trazendo para elas, e para toda a comunidade, mais uma alternativa na geração de renda.