A Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher de São Vicente existe na cidade há pouco mais de 20 anos, localizada na região central do município, mais precisamente na Rua Djalma Dutra, nº 132, desde sua inauguração encontrasse em um prédio que existe há mais de três décadas e que há muito tempo necessita de reformas e uma melhor infraestrutura para oferecer melhores condições de atendimento às mulheres vicentinas.
Atualmente a DDM do município é um dos lugares mais importantes para as mulheres e seus dependentes buscarem atendimento, porque, na maioria das vezes, é a porta de entrada onde elas buscam ajuda após serem vítimas de algum tipo de violência.
Em décadas de funcionamento da DDM, ela indica caminhos a serem seguidos no combate à violência contra a mulher e entendemos que para que isso se transforme em um atendimento mais efetivo se faz necessária a regeneração do prédio, que se encontra em grande estado de deterioração, e adequação de sua estrutura, para que as políticas precisas e indicadas neste departamento sejam efetivadas.
Muitas são as reclamações das mulheres vicentinas em relação à estrutura da DDM, a falta de uma recepção adequada, brinquedoteca, sala para escuta sigilosa, são algumas das muitas queixas que elas apresentam desde que a DDM foi inaugurada no município.
Essa carência de infraestrutura, repartições adequadas, além dos constantes problemas estruturais existentes por se tratar de um imóvel antigo, como por exemplo: infiltrações, problemas na parte elétrica, umidade, falta de uma copa e salas adequadas para os funcionários da unidade, falta de banheiro público adequado, fazem com que se torne mais difícil encontrar meios de oferecer atendimento mais satisfatório ao espaço, como por exemplo, atendimentos voluntários que hoje não podem ser oferecidos por falta de divisões e estrutura apropriada para oferecer aos profissionais interessados em colaborar com o atendimento na DDM.
Desde o ano de 2020, a equipe da Assessoria de Políticas para as Mulheres (atualmente Assessoria de Cidadania da Secretaria de Cultura, Esportes e Cidadania) passou a verificar as dificuldades e tentar captar recursos e apoio para revitalizar esse espaço tão importante para proteção de mulheres em situação de vulnerabilidade, mas até o momento, as tentativas foram sem sucesso. Relatórios da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo apontam que São Vicente possui mais de quarenta mil boletins de ocorrências registrados nos últimos dez anos, os dados são alarmantes e estamos procurando compreender e combater este cenário, buscando desenvolver políticas públicas que diminuam e evitem a violência contra a mulher.
Entendemos que a reforma do prédio da DDM se faz como algo necessário e fundamental para que quem busque atendimento seja devidamente atendida de forma humanizada e acolhida, fazendo assim com que mais mulheres se sintam seguras em procurar o equipamento, para que possamos ter estatísticas ainda mais reais dos índices de violência no município, ajudando assim a buscar mais apoios e recursos para desenvolver políticas públicas de combate á violência doméstica e contra a mulher no município.
A delegacia é onde a mulher chega primeiro. Como vamos trabalhar políticas públicas sem saber onde, por que e para quem estamos trabalhando? Como vamos trabalhar no município se a DDM não estiver revitalizada e preparada para novas demandas?
Casos de violência doméstica devem receber atenção especializada e é justamente a DDM que as mulheres procuram para receberem orientações e encaminhamentos das suas questões. O problema, muitas vezes, das mulheres que vivem situação de violência doméstica, além de material, financeiro, é também emocional. Há vítimas, por exemplo, que precisam de atendimento psicológico, devendo serem atendidas por uma psicóloga, em uma sala que ofereça atendimento para escuta sigilosa e segura, uma sala que atualmente a DDM do município não possui, como também não possui brinquedoteca e recepção adequada, ou seja, todo esse espaço precisa ser pensado e revitalizado para oferecer um atendimento humanizado às mulheres vítimas de violência.
Apontamos que é de grande necessidade a DDM ter modificações em sua estrutura para que também possa atender de forma adequada a população idosa e LGBTQIA+.
Há profissionais de órgãos do município e voluntários, como, por exemplo: assistentes sociais da rede municipal, advogadas da OAB, psicólogas e psicopedagogas, profissionais da Vara da Infância e Juventude, que se dispuseram a oferecer atendimentos que podem melhorar muito a estrutura de atendimento da DDM, mas para isso precisamos dos devidos ajustes no espaço.