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Quem quer ser um cientista?
Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho
Botucatu
Resumo

Um dos grandes desafios na área de Educação de Ciências e Biologia é desenvolver um processo de ensino e aprendizagem de qualidade e que desperte interesse e envolvimento nos jovens diante dos conteúdos do currículo escolar. Entretanto, geralmente se observa nas escolas de ensino básico público a inexistência de aulas experimentais e assim, não se trabalha com o chamado “método científico” em que os alunos se deparam com o desafio de elaborar questões e hipóteses, testá-las e discutir os resultados alcançados. Diante deste cenário, estes são privados da oportunidade de construir seu próprio conhecimento, o que pode levar à desmotivação para o estudo e evasão escolar.

Por outro lado, Universidades públicas apresentam ensino e pesquisa de excelente qualidade, permitindo uma formação sólida e ampla a seus alunos. O desenvolvimento científico e tecnológico nessas instituições públicas de ensino superior exerce um grande fascínio na população em geral e também desperta interesse nos jovens. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), um dos maiores desafios para um país é a elaboração e a implementação de uma política de longo prazo, que permita que o desenvolvimento científico e tecnológico que realmente alcance a população de uma forma geral e que tenha impacto na melhoria das condições de vida da sociedade. Portanto, diante desse abismo existente entre a realidade desestimulante das escolas públicas no ensino de Ciências e Biologia e o grande desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro que borbulha nas Universidades públicas, a grande pergunta é: qual é o papel social da Universidade na Educação de Ciências e Biologia e no Letramento Científico voltados para o Ensino Básico?

Uma resposta para essa questão surgiu de forma clara no ano de 1985, na mente de um grande cientista brasileiro. Grandemente preocupado com o declínio da qualidade do ensino fundamental e médio público brasileiro, o Prof. Dr. Leopoldo de Meis, docente do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criou um programa de Educação em Ciência para alunos de baixa renda nos arredores de uma das maiores Universidades públicas do Brasil e que hoje compõe a chamada “Rede Nacional de Educação e Ciência” (RNEC). Esta tem como objetivo o oferecimento de cursos no período das férias escolares para alunos de famílias de baixa renda e vinculados a escolas públicas, para que estes tenham a oportunidade de travar contato com técnicas laboratoriais, conceitos científicos e com os passos do “método científico”. Adicionalmente, essa grande rede nacional atua também no desenvolvimento de materiais educativos lúdicos e voltados ao público infanto-juvenil, como livros, cartilhas, gibis, jogos e vídeos (http://unespciencia.com.br/2017/04/01/capa-84/; http://educacaoeciencia.org/).

Estudantes que participam das atividades da RNEC são chamados de “jovens talentosos”, que se encantam pelo mundo da ciência e que são “descobertos” pelos docentes e pesquisadores universitários para que possam realizar projetos de pesquisa ainda durante o ensino médio. Milhares de estudantes de escolas públicas já passaram pelos cursos de férias proporcionados pelos grupos que integram essa rede nacional, foram descobertos como jovens talentos e encontram-se hoje em cursos de graduação ou pós-graduação de universidades públicas ou já estão formados e atuando profissionalmente – uma realidade que muitos desses jovens não sonhavam antes de travar contato com a Ciência.

A Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) passou a integrar esta Rede Nacional de Educação e Ciência no ano de 2007 e, atualmente, representa a instituição com maior número de grupos vinculados a RNEC e que atinge o maior número de jovens de baixa renda. Docentes e discentes da UNESP vinculados ao Instituto de Biociências de Botucatu, à Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, à Faculdade de Ciências Agronômicas e à Faculdade de Medicina de Botucatu - unidades da UNESP presentes na cidade de Botucatu – participam da Rede Nacional de Educação e Ciência por meio de (1) oferecimento anual de seis cursos de férias para estudantes de escolas públicas de Botucatu e demais cidades da região; (2) oferecimento de estágios de pesquisa para estudantes de escolas públicas (bolsistas Pibic Júnior CNPq); e (3) produção de materiais educativos de cunho lúdico e interativo. Desta forma, as ações propostas podem ser classificadas como de "alfabetização científica" e enquadram-se como atividades educativas de extensão universitária, de alfabetização científica de jovens, de formação científica e tecnológica para as juventudes, de inserção de meninas e mulheres na ciência e de cunho social.

Objetivo Geral: Esta proposta tem como perspectiva a continuidade e a ampliação das atividades da Rede Nacional de Educação e Ciência junto à Universidade Estadual Paulista - UNESP cujo objetivo principal é promover o letramento científico para estudantes do ensino básico de famílias de baixa renda e vinculados a escolas públicas e inserir um maior número de estudantes de baixa renda, incluindo meninas, na universidade pública.

Objetivos Específicos: 1) Desenvolver Cursos de Férias, com diferentes temáticas, para um maior número de alunos do Ensino Médio vinculados à rede pública de ensino da cidade de Botucatu e região, visando promover sua atualização em conteúdos específicos da grade curricular e em recentes avanços de Ciências, por meio de atividades que desenvolvem a curiosidade e a criatividade utilizando materiais didáticos alternativos e inovadores e experimentação por meio da aplicação do método científico; (2) Gerar um conjunto de materiais (modelos, kits, jogos, peças de teatro, vídeos, entre outros) para compreensão e promoção da Ciência no Brasil e para fomentar ações de ensino/aprendizagem nas escolas;
(3) Identificar, entre os alunos participantes dos Cursos de Férias, estudantes de baixa renda que se destaquem por sua vivacidade, curiosidade, competência e força de vontade (denominados de “jovens talentosos”) e dar a estes melhores oportunidades de estudo e formação por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisa na Universidade Estadual Paulista-UNESP e recebimento de Bolsas PIBIC Jr - CNPq; (4) Utilizar o sistema educacional público de ensino básico como peça intermediária para que os avanços em Ciências e Tecnologia gerados nos Centros de Pesquisa e Universidades públicas cheguem à população em geral.

Tais ações propostas permitirão que os participantes, especialmente estudantes do ensino médio de escolas públicas de Botucatu e demais cidades da região e que congrega 32 escolas de Ensino Médio, consigam (1) Apreciar e compreender o impacto da ciência e da tecnologia na vida cotidiana; (2) Desenvolver a linguagem científica e a capacidade de argumentação baseada em fatos científicos; (3) Desenvolver o pensamento crítico, com capacidade de questionar e obter informações para construir opiniões baseadas em dados científicos; (3) Participar de debates e processos de tomada de decisão com compreensão bem desenvolvida desses aspectos científicos e tecnológicos.

- Realização de 6 cursos de férias (denominados “Experimentando Genética”, “Investigando a Vida das Plantas”, “Reprodução de A a Z”, “Virando a Célula do Avesso”, “Do amarelão às picadas de cobra: um passeio pelas doenças tropicais” e “A Ciência por trás das Jaulas e Gaiolas”), com carga horária de 48 horas, direcionados a 250 alunos do Ensino Médio da rede pública de ensino de Botucatu e região. Os cursos são classificados como "mão na massa" e envolvem atividades como experimentos laboratoriais, dinâmicas em grupo, peças de teatro, jogos, maquetes/modelos e visitas a museus e laboratórios de pesquisa.

- Desenvolvimento de materiais educativos, como jogos, gibis, kits experimentais, vídeos, peças de teatro e maquetes/modelos, que visam proporcionar a estudantes e professores da rede básica formas lúdicas e alternativas de ensino/aprendizagem, incentivando a interatividade. Tais materiais serão disponibilizados em mídias e redes sociais e entregues, gratuitamente, em escolas da regional de ensino de Botucatu.

A realização do projeto permitirá uma estreita cooperação com a comunidade local e resultará no maior interesse científico, na promoção da educação e no desenvolvimento social de Botucatu e região, especialmente para jovens estudantes do Ensino Médio. Além disso, a proposta permitirá ampliar o desenvolvimento científico em uma região do interior paulista.

- Contra-partida e ampliação das oportunidades e melhor educação científica para os estudantes do ensino médio participantes do projeto: a UNESP proporcionará bolsas de Iniciação Científica Júnior a estudantes que se destacarem durante os cursos de férias, por sua vivacidade, curiosidade, competência e força de vontade, e que são carinhosamente chamados de “jovens talentos da rede pública”. Cerca de 10 estudantes terão a oportunidade de participar de estágios de pesquisa junto a laboratórios da UNESP durante 6 a 12 meses por meio do Edital PIBIC/Jr (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior - para alunos do Ensino Médio) oferecido anualmente pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) em convênio com a reitoria da UNESP.

- Infraestrutura: O projeto será realizado nas salas de aula, laboratórios e museus do Instituto de Biociências de Botucatu da UNESP que possui infra-estrutura adequada para desenvolvimento de atividades teóricas e práticas dos cursos de férias, contando com mobiliário, equipamentos audiovisuais, equipamentos para experimentos e coleções biológicas (www.https://www.ibb.unesp.br/)
Laboratórios de pesquisa do Instituto de Biociências de Botucatu (https://www.ibb.unesp.br/), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (https://www.fmvz.unesp.br/), da Faculdade de Ciências Agronômicas (https://www.fca.unesp.br/) e da Faculdade de Medicina de Botucatu (https://www.fmb.unesp.br/), voltados às áreas Biológicas, Humanas e Exatas e coordenados por pesquisadores docentes com títutulo de Doutor, possuem infra-estrutura adequada para receber estudantes do ensino médio para desenvolvimento de projetos de Iniciação Científica Júnior.
Os materiais educativos a serem gerados contarão com a cooperação da equipe técnica da Agência de Divulgação Científica e Comunicação (AgDC) do Instituto de Biociências de Botucatu (https://www.agdc.ibb.unesp.br/; https://www.youtube.com/c/AgDCIBB).

- Meios de Comunicação: a divulgação das atividades e resultados do projeto serão realizadas nas redes sociais do Instituto de Biociências de Botucatu (Facebook e Instagram), por meio de sua assessoria de imprensa, e também nas mídias e redes sociais da Agência de Divulgação Científica e Comunicação (AgDC) do Instituto de Biociências de Botucatu (Facebook, Instagram, LinkedIn, Twitter, YouTube).

- Profissionais:
- Cerca de 120 estudantes de mestrado e doutorado vinculados aos programas de pós-graduação do Instituto de Biociências de Botucatu, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Faculdade de Ciências Agronômicas e Faculdade de Medicina de Botucatu e que atuarão como monitores nos cursos de férias. Para tanto, deverão cursar uma disciplina que visa seu treinamento para realização das monitorias.
- Equipe da Agência de Divulgação Científica e Comunicação (AgDC) do Instituto de Biociências de Botucatu - professores e técnicos que atuam na produção audiovisual e geração de materiais educativos.
- Docentes/Pesquisadores da UNESP: Adriane Pinto Wasko (Professora Associada da UNESP, Coordenadora do Curso de Férias "Experimentando Genética" desde 2007 e Coordenadora da Agência de Divulgação Científica e Comunicação desde 2018), Carmen Sílvia Fernandes Boaro (Professora Associada da UNESP, Coordenadora do Curso de Férias "Investigando a Vida das Plantas" desde 2009), Clelia Akiko Hiruma Lima (Professora Associada da UNESP, Coordenadora do Curso de Férias "Reprodução de A a Z" desde 2011), Ariane Leite Rozza (Professora Adjunta da UNESP, Coordenadora do Curso de Férias "Virando a Célula do Avesso" desde 2012), Lucilene Delazari dos Santos (Pesquisadora da UNESP, Coordenadora do Curso de Férias "Do amarelão às picadas de cobra: um passeio pelas doenças tropicais" desde 2012) e Lígia Souza Lima Silveira da Mota (Professora Associada da UNESP, Coordenadora do Curso de Férias "A ciência por trás das jaulas e gaiolas" desde 2013).

- Parcerias: Associação da Rede Nacional de Educação e Ciência, Secretaria de Educação de Botucatu, Diretoria Regional de Ensino de Botucatu.

- Cronograma:
(1) Realização de seis Cursos de Férias: uma semana no período de férias escolares de 2023 (geralmente na última semana de janeiro)
(2) Supervisão de projetos de Iniciação Científica Júnior: de abril de 2023 a dezembro de 2023
(3) Desenvolvimento de materiais educativos e sua distribuição em mídias e redes sociais e em escolas: de março de 2023 a dezembro de 2023

- Orçamento / Materiais a serem adquiridos com o recurso do projeto:
VALOR TOTAL: R$ 120.000,00
(1) Material bibliográfico não imobilizável (material bibliográfico não destinado a bibliotecas, cuja defasagem ocorre em um prazo máximo de dois anos, tais como: jornais, revistas, periódicos em geral, anuários médicos, anuário estatístico e afins (podendo estar na forma de CD-ROM)); (2) Material de acondicionamento e embalagem (materiais aplicados diretamente nas preservações, acomodações ou embalagens de qualquer produto, tais como: arame, barbante, caixas plásticas, de madeira, papelão e isopor, cordas, engradados, fitas de aço ou metálicas, fitas gomadoras, garrafas e potes, linha, papel de embrulho, papelão, sacolas, sacos e afins); (3) Material de expediente (materiais utilizados diretamente os trabalhos administrativos, nos escritórios públicos, nos centros de estudos e pesquisas, nas escolas, nas universidades etc, tais como: agenda, alfinete de aço, almofada para carimbos, apagador, apontador de lápis, arquivo para disquete, bandeja para papéis, bloco para rascunho bobina papel para calculadoras, borracha, caderno, caneta, capa e processo, carimbos em geral, cartolina, classificador, clipe cola, colchete, corretivo, envelope, espátula, estêncil, estilete, extrator de grampos, fita adesiva, fita para máquina de escrever e calcular, giz, goma elástica, grafite, grampeador, grampos, guia para arquivo, guia de endereçamento postal, impressos e formulário em geral, intercalador para fichário, lacre, lápis, lapiseira, limpa tipos, livros de ata, de ponto e de protocolo, papéis, pastas em geral, percevejo, perfurador, pinça, placas de acrílico, plásticos, porta-lápis, registrador, régua, selos para correspondência, tesoura, tintas, toner, transparências e afins); (4) Material de teatro, tecidos e aviamentos (fantasias, adereços, tecidos, TNT, roupas e calçados); (5) Material laboratorial (utensílios usados em análises laboratoriais, tais como: almofarizes, bastões, bico de gás, cálices, corantes, filtros de papel, fixadoras, frascos, funis, garra metálica, lâminas de vidro para microscópio, lâmpadas especiais, luvas de borracha, metais e metalóides para análise, pinças, rolhas, vidraria, tais como: balão volumétrico, Becker, conta-gotas, Erlemeyer, pipeta, proveta, termômetro, tubo de ensaio e afins); (6) Uniformes, tecidos e aviamentos (uniformes ou qualquer tecido ou material sintético que se destine à confecção de roupas, com linhas de qualquer espécie destinadas a costuras e afins materiais de consumo empregados direta ou indiretamente na confecção de roupas, tais como: agasalhos, artigos de costura, aventais, blusas, botões, cadarços, calçados, calças, camisas, capas, chapéus, cintos, elásticos, gravatas, guarda-pós, linhas, macacões, meias, tecidos em geral, uniformes militares ou de uso civil, zíperes e afins); (7) Outros materiais de consumo (kits laboratoriais para tipagem sanguínea, extração de DNA, PCR, clonagem de fragmentos de DNA e sequenciamento nucleotídico, enzimas de restrição, primers, vetores de clonagem, marcadores de peso molecular, corantes, reagentes da área de biologia molecular e afins).

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