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Já parou pra pensar quantas “Rayssas” temos escondidas por aí?

Sim, eu também vou falar da Rayssa! Sabe por que? Já parou pra pensar quantas “Rayssas” temos escondidas por aí? A maranhense começou a andar de skate aos 6 anos e hoje a Fadinha do Skate é a medalhista mais jovem dos jogos olímpicos em 85 anos. O que pouca gente sabe é que a fase que vai dos 0 aos 6 anos de idade, chamada de primeira infância, é uma das mais importantes para o desenvolvimento adequado de uma criança. É essa etapa que determina a estrutura intelectual, psicológica e emocional no futuro.

Proporcionar os estímulos adequados nessa fase é dar oportunidade para que outras “Rayssas” se desenvolvam. Por isso sempre digo que o desenvolvimento das nossas crianças é a chave para a construção de um futuro melhor. Pensando nisso, nesses pouco mais de dois anos de mandato, trabalhei arduamente para que essa pauta fosse prioridade. Conseguimos sancionar a Lei 17.347/21, que institui a Política Estadual pela Primeira Infância e destinamos diversas emendas para ações de educação e saúde com foco no desenvolvimento integral de crianças. Porém, não existe nenhuma garantia de que uma vez resolvidos os primeiros desafios na infância, o restante da vida daquela pessoa está garantido. É necessário fazer a transição da primeira para a segunda década de vida e revisar as políticas públicas para agregar as duas fases. É preciso investimento em ações de controle da evasão escolar, promoção de espaços seguros em áreas vulneráveis, a partir de acesso a equipamentos públicos nestes territórios.

Primeira infância e prevenção de homicídios de adolescentes são duas pautas de meu mandato que se conectam. Afinal, todo esforço, recurso e investimentos que depositamos nas políticas de primeira infância serão perdidos se não desenvolvermos políticas de prevenção de homicídios para adolescentes. Estudos apontam evidências de que garantir o direito à educação é uma estratégia eficaz para a proteção da vida e para a prevenção da violência. Pesquisas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revelam ainda que, na maior parte das vezes, o jovem vítima de homicídio está fora da escola ou em vias de abandoná-la. Com o propósito de proteger nossos adolescentes, no ano de 2018 foi criado o Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência. Trata-se de uma articulação intersetorial e suprapartidária entre a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), UNICEF e o Governo do Estado de São Paulo.


Eu assumi a presidência do Comitê em 2019, e desde então tenho coordenado os esforços do parlamento, das instituições governamentais e da sociedade civil com o principal objetivo de reduzir e prevenir mortes violentas de adolescentes paulistas, de 10 a 19 anos. Entre 2007 e 2017, mais de 107 mil adolescentes entre 10 e 19 anos no Brasil morreram em decorrência da violência. Para cada sete vítimas, cinco são negras. Desde a criação do Comitê, houve uma redução de 33% nas mortes de meninas e meninos.

Contudo, a redução ainda não se apresenta de maneira uniforme para todas as adolescências: o risco relativo de um adolescente negro morrer é o dobro do risco de um adolescente que não é negro. Entender os fatores desta redução e o porquê eles não resultaram em redução em todos os grupos de adolescentes têm sido nosso trabalho para que possamos transformar esse dados em políticas de prevenção.


E eu gostaria de convidar você para fazer parte dessa batalha. Para que mais “Rayssas” sejam reveladas e tenham seus direitos preservados! Junte-se a nós nessa importante iniciativa, escreva para gente no e-mail comiteppha@gmail.com. Credito da foto: Instagram @rayssalealsk8

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